quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Uma página deixada em branco é um precipício que cresce entre mim e minha alma.





é Natal e uma coisa que eu gosto nessa hitória toda é a iluminação; luzinhas frenéticas, coloridas ou amarelas, ou mesmo as estáticas pra minha retina, que é mais lenta que elas.
O legal de piscar é ser sempre novidade, sempre uma dança nova, ficar tonta e depois desaparecer um instante, o suficiente pra alguém estar de aguardado com uma ansiedade saudável e doido pra descobrir outra vez suas cores e movimentos, que só você tem, mesmo.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Grito de Maria

maria
seja
feia
ou seja suja
gritando


Na rua ainda mais suja
que gritava por pouco mais alto que maria
maria suja gritava pros predios mais altos
dava voltas em si mesma
se procurando
e gritava pra se achar


Sua voz ia até o andar que alcançasse
gritava pros carros de janela aberta
ou com o som de volume 7
todos todos todos
julgaram-na culpada
todos menos eu


A loucura visivel de Maria não passa de uma boa dose de bom senso
(o mesmo bom senso que levara a peruca loira a sua cabeça quem sabe careca)
loucos são os que não deixam o grito subir
vomitar uma caixa de som no meio da rua
maria gritou a imundice da sua alma
outras marias hã de aparecer pra gritar
fatos, fetos, festas, fadas, fodas, fugas
e depois desmentir tudo


A única pesssoa assumida ali era ela, ao redor todos apontavam, tapavam os ouvidos dos filhos - essa louca - mas no fundo, num estado de negação e censura mental todos tinham um grito mais alto dentro de si do que julgavam saber. No rosto de cada um se vê o tamanho do grito reprimido, dos medos não vencidos e das vontades auto-censuradas.



Mas no rosto sujo de maria não se via paz
não se via desejo
muito menos prazeres
se não estivesse gritando julgaria-a morta

sábado, 8 de novembro de 2008

matemática mente

Essa é uma expansão e adaptação do segundo post , e vai especial pruma garota do sarau que curtiu!Desculpe garota, não sei teu nome, mas tá ai!Espero que veja!



Eu
Eu preciso
Eu preciso parar
Eu preciso parar de ser
Eu preciso parar de ser uma equação matemática
1,2,3
equação matemática

Equação exata
simplificada
multiplicada
mas por menos

Inverter meus valores
mais humanos
pra ser igual
a nada

MÁ TEMÁTICA.. MATEMATICAMENTE
MATE MATEMATICAMENTE
A MATEMÁTICA MENTE!
MENTE...MENTE...MENTE

O que a matemática me soma?
Quanta matemática cabe na minha vida?
E quanto da minha não-vida cabe na matemática?

X²-36pi²

O que você sente?
A matemática já te fez feliz?
Quanto?4,5,6?
Quantos orgasmos mentais já lhe causou?
7,8,9?
Quanto já amou?
10,11,12?

O essencial é incalculável
o essencial é a vida

Qual o sentido de ser exato?
de fazer sentido?
de andar sobre a linha?

Não se resolva
Não deixe te resolverem
Erre o resultado

O melhor é o que não é
inventar
ventar
tenta ventar
sente a brisa
SEJA A BRISA

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A valsa do futuro

Quando o traço falha eu escrevo (e frequentimente o inverso também). Ou o desenho com alguma intensão literária, ou a prosa com alguma intensão plástica.
Agora eu também tenho a dança, a minha meditação, meu prozac, meu glitter colorido num processo de inalação e exalação que faz o sangue pensar que é um arco-íris, e meu coração o pote de ouro dos duendes que ficam passeando pelas cordas vocais, as vezes eles me fazem cócegas pra me induzir ao canto.
Quando eles aparecem nas minhas janelas indiscretas me fazem cantar com os olhos uma sonata secreta que só conseguem ouvir olhos na minha frequência harmônica, quando alguém ouvir é certo que começará a dançar junto comigo algum tipo de valsa doce que só acabará quando o futuro chegar, na qual temos a sensação de flutuar em um não-lugar cor-de-doceria, mas que traga a calma dum ambiente branco.
Quando o futuro chegar tudo não é mais.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

x

Há muito tempo eu tenho vontade de escrever uma coisa mas nunca tenho coragem.Hoje sim.

Quando eu morrer,e isso pode ser amanhã, eu não quero ninguém lamentando e nem falando de reincarnação, não.Não quero que toquem Ave Maria e nem roupas pretas. Não quero ser enterrada (ser enterrado é ainda pior que não estar vivo) não quero que olhem pro meu corpo pensando que sou eu, que engano, que engano!Se for o caso de dizerem "mas tão jovem..." por favor, não digam.Cada um mede sua vida como lhe diz respeito, e o tempo do relógio nunca foi o meu tempo.

Quero que todos abusem de roupas tão coloridas que chegue a ser cafona, e deixo que oferaçam flores à minha ausência.Quero que quando eu morrer todos dancem de olhos fechados e sintam com toda naturalidade e intensidade a própria pulsação e consigam sem esforço algum chorar de emoção. Existir é uma delícia.


Eu nunca tive coragem de escrever isso por coisas que aprendi na ficção, sempre que o mocinho fala alguma coisa do tipo morre no dia seguinte, bem, ainda bem que não sou a mocinha de nenhuma história, mas caso eu seja está ai o meu manual de instrução pra quando eu não poder mais instruir.

...E a vida continua.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Big Bang me

Eu tenho o filme do fim do mundo rolando na minha cabeça, bem no meio, no mesmo lugar que eu sinto a dor.
O que eu tenho em comum com o fim do mundo, além da morte de nós dois?Meu sonho.

Eu sei onde é o fim do meu mundo e descobri isso há muito tempo num dia de onibus lotado , fica na lapa , rua Gago coutinho.A cena é uma das mais lindas que eu um dia já imaginei (apesar da rua ser cinza) uma explosão de cores que me lembra o grafite do Zezão ou as fotos de Nebulosas pelo espaço Sideral, eu olho pra longe e vejo no céu o fim do mundo chegando até mim, quanta cor, que coisa linda, é bem assim que eu quero ir embora. E eu sozinha no Mercedes lotado estou indeferente da reação das pessoas porque isso não cabe no meu fim do mundo, só me interessa a mim e ao meu sorriso diante das cores que graças a deus, ou não, posso conhecer antes de ir embora.
Essa é uma cena que nunca poderia passar em branco (e preto), esse foi o fim do mundo, o meu sonho é muito mais simples.

Eu estou esperando o dia que o mundo acabe dentro de mim, quero a explosão de cor, por dentro e por fora, muitos pincéis e muitas pessoas coloridas, mas não quero acabar, de jeito nenhum! Quero um big bang, e quero que meu mundo se abra em 1001 pedaços, cada um pulsando mais forte que o outro.
Meu sonho nunca esteve tão perto do meu fim.


http://www.slide.com/r/AEX_MIUIiz8Sy7pCf2xEma2TJ1CQP1eC?cy=ms

sábado, 9 de agosto de 2008

Eu quero
Eu quero parar de ser
uma equação matemática
duas
três
equação matemática

simplificada
igual a nada

equação matemática

multiplicada
mas por menos

i
nverter meus valores
mais humanos
pra ser equação exata
inexistente
vazia
contra nada








domingo, 27 de julho de 2008

( )

Para quem não sabe começar:Metalinguagem.


O começo sempre foi um lugar difícil, talvez pelo branco que pede o melhor de mim (e cá entre nós, a liberdade do papel branco chega a doer) ou ainda pelo amontoado de idéias da minha cabeça, é uma disputa continua pra ver quem ganhará e chegará ao branco, vizualizo tudo isso tal qual a corrida dos espermatozoides, é dada a partida às idéias, que são como espermatozoides multicoloridos, percorrem todo o meu corpo, a caminho das mãos e se transforam em impulsos compulsivos de dedos , digitando no preto do meu teclado.
Talvez metade da pressão vá embora ao encontrar o teclado preto -no black n' black é mais fácil pensar- mas logo depois elas correm pela máquina feroz que é esse computador made in Japan e descobrem o que é a vida.
Eu sou mãe do que escrevo e quero transformar meu branco na melhor placenta pra minhas palavras.